Mesma Vibe

sexta-feira, 27 de abril de 2012

RELA SOL LAMENTO


Colina ama o Sol
É para sempre
Dá-lhe o colo do horizonte
E o deixa nascer para outra gente
E de novo e adiante
Hoje e ontem, incessante.
Vez espera, vez leva:
Mãe de monte!

Planta não ama, paquera
Quer Sol, sim, respira!
Mas veja:
Luz demais também trai, tira a cor.
E ela hesita...
Passa a flertar com a sombra
E acaba ficando onde está
Suspiros ecoam no ar
Eis a síntese da foto
(no retrato da foto, em síntese!)

Com bicho: é aventura da boa!
Zelo e muito movimento
Há os que se batem por ele
Há os que só querem a lambida
Uns só desejam ficar ...
Para outros não passa de amigo
Havendo os que nem nunca o viram
Em termais além do fundo do mar
(Nem sei se aqui cabe o ciúme...)
Respeito, certamente ô se cabe!

 Com gente? É paixão!
Destempero,
Necessidade, teto
Às vezes beirando a renuncia –

Uns tantos se ardem por ele
Outros repassam seus beijos
Alguns meramente o refletem
Vários discretos a seus raios
Há quem só age em função
E muitos que apenas aproveitam
Os que o evitam querendo
E os que fenecem, porém.

Houve quem muito o adorava
No tempo que ficou pra lá
E os que ainda o nomeiam
Nos filhos que trazem pra cá
Enquanto
Há os que o marcam na pele
Uns notam até o jantar

Doutos na fissura física
O querem invadir,
Penetrar
Vencer sua quentura química
Clonar
Suas partes mais ínfimas
Tecer sua energia cromática
Reger
Sua explosiva música
 
Pequenos dávamos raias,
Olho nariz e palavras
Maiores, entendemos
Seus meios de nos manipular?

Por vezes o chamamos de Estrela
O rebaixamos a quinta grandeza
Sei não, isto não vai prestar!
E se o Astro big-bangueia?...

O fato se conta espiando
Quem está,
Seja verde ou carbono
Existe ao sabor da sua teia
Carece do seu abraço videiro
Da sua fotografia
Diária

Até a Lua o brinda, se inclina
Dependendo do ângulo e do ar

O Sol é o amante global
Provedor, predador,
Rei, Rainha
Sim, pode ser veneno.
(menos pra terna colina)

Sem ele nem há o que há!            [Marcello Gouvêa Duarte]


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